domingo, 10 de janeiro de 2016

Pó na Fita - Metropolis (1927)

E o que queremos para este Natal? Um filme de ficção científica com 88 anos!

Cá vamos nós para mais um futuro distópico, onde uma classe operária, escravizada por uma elite rica e dedicada ao deboche, deposita as suas esperanças de um futuro melhor numa profetiza, e no fim o amor salva tudo (bla bla bla, que história tão batida…) Espera lá… Nos anos 20 esta história não era batida, era um exercício de crítica social e a projeção de um futuro opressivo/fantástico, que muito se adequa aos tempos modernos: o controlo das massas, a opulência das classes dirigentes, o fosso entre ricos e pobres, o extremismo religioso, a tecnologia de automação, o amor, cientistas marados, CEO tirânicos...

Podem já ter visto/lido os Hunger Games, o Star Wars (atentai à primeira aparição de C-3PO), o 1984, o Blade Runner, o Brazil, o Alien… Eles todos vêm beber a esta fonte, realizada por Fritz Lang. Um filme de mimos e legendas pelo meio, que cativa pela forma teatral como as cenas são interpretadas e desenhadas. Uma relíquia que tem o valor histórico de ser a primeira grande produção de ficção científica, a semente que todos os fãs deste género cinematográfico deviam conhecer.

Para uma experiência épica sem 3D, sem dolby surround, sem technicolor, sem voz, na verdadeira essência. O diapasão pelo qual muitas películas de espaciais e terrenas aventuras se afinaram.


P.S. Para acompanhar que nem umas belas rabanadas depois do prato principal, que tal o Blade Runner (1982)?





Rafael Nascimento

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