segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Petróleo em Portugal? Não, obrigado!

Em Março deste ano, em resposta a contratos celebrados entre o estado Português e a petrolífera Espanhola Repsol no ano de 2011, foi criada a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), com o intuito de sensibilizar a população Portuguesa para o que está a ser feito neste momento na nossa costa, sem o conhecimento da maior parte da população e que acarreta riscos sérios para a saúde e bem-estar dos Portugueses, assim como para o ambiente e para a economia do país.

Tais contratos, que podem ser vistos aqui, contemplam a prospeção e exploração de hidrocarbonetos de origem fóssil (petróleo e gás natural) ao longo da costa Algarvia, Sudoeste Alentejano, Arrábida, e toda a zona costeira de Peniche a Esposende (podem ver o mapa, aqui). A esta área de prospeção pouco alargada, juntam-se ainda perfurações em terra, ao longo da Beira Litoral, Estremadura e Algarve.

O processo de prospeção já começou em algumas regiões e a Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve (ASMAA) lançou o alerta através de um vídeo (abaixo, a partir dos 10 segundos) feito na praia do Amado, Alzejur, onde se pode ver o efeito do petróleo na areia e na pele, com o objectivo de sensibilizar as pessoas para o que pode acontecer com maior frequência e numa escala incomparavelmente maior se a exploração petrolífera avançar na nossa costa.



As áreas das concessões de exploração são adjacentes a mais de uma dezena de zonas protegidas ou de especial valor ambiental, entre as quais, de Norte para Sul, se destacam o Parque Natural do Litoral Norte, Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica do Mindelo, Dunas de S. Jacinto e Ria de Aveiro, Reserva Natural das Berlengas, Reserva Natural do Estuário do Tejo, Parque Natural da Arrábida, Reserva Natural do Estuário do Sado, Lagoas de Sto. André e Sancha, Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Ria de Alvor, Parque Natural da Ria Formosa e Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Para além do risco de derrames e do seu impacto para o turismo, a diversidade animal e a qualidade das águas, o processo de prospeção de petróleo em fundos marinhos utiliza tecnologia baseada em ondas sonoras de alta frequência que causa efeitos devastadores na vida marinha e nos sectores económicos, como a pesca, que sobrevivem da captura sustentável de tais recursos. A OCEANA, uma ONG focada na preservação dos oceanos partilha informação sobre o assunto, à qual podem aceder aqui.

Nos últimos meses a PALP tem vindo a organizar várias iniciativas de sensibilização e de tomada de acção, como a exposição Oilgarve, que se realizou durante o mês de Outubro, em Faro, e a petição contra a exploração de petróleo e gás natural na nossa costa que conta já com mais de 7200 assinaturas.

Vários artistas, entre eles, Dário Guerreiro (Môce dum cabréste), Pedro Pinto (Reflect) e Edgar Valente (Criatura) juntaram-se a esta iniciativa, ajudando a passar a mensagem de que algo precisa de ser feito para parar a prospeção e exploração de petróleo antes que os seus efeitos se façam sentir.

Não deixem que este problema vos passe ao lado pois, no próximo verão, a coisa pode já estar preta (e pegajosa).

Por um Portugal livre do flagelo do petróleo, assinem a petição, informem-se e partilhem a informação.



Nuno Soares

4 comentários:

  1. Adorei o post, há anos que se descobriu um pouquinho de petróleo realmente em território ou mar português, mas desde então não se fala mais nisso. Vou informar-me mais sobre o assunto :)

    *XoXo
    Helena Primeira
    Helena Primeira Youtube
    Primeira Panos

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    1. Olá Helena! Neste tema parece que, para além do problema da exploração em si, existe pouca vontade dos meios de comunicação social em divulgar o que está a acontecer (possivelmente com patrocínio das petrolíferas) e, também por isso, se torna tão importante divulgar esta situação, para que a informação flua. Um povo informado é um povo mais forte. Obrigado pelo teu feedback! ;)

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  2. Olá Nuno,
    É importante divulgar este problema sim! Muito obrigada pelo teu artigo. Vou tomar a liberdade de partilhar :)

    Beijinhos

    consciencia-viva.blogspot.pt

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    1. Obrigado Ana! Obrigado eu pelo apoio e pela partilha. ;) Temos sem dúvida que bater o pé e alertar consciências nestas temáticas.

      P.S: Não conhecia ainda o teu blogue, já lá fui dar um olhinho e está altamente. Excelente trabalho no desenvolvimento da temática da sustentabilidade e ambiente. Estou a seguir, grande beijoca. :)

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